Nem precisamos de uma máquina do tempo para saber que os hábitos de consumo mudaram muito nas últimas décadas, principalmente após a revolução industrial. O ritmo acelerado das grandes cidades estimulou as alterações, cada vez mais aceleradas, da moda. E, claro, o nosso planeta sentiu tudo isso: produção de muitas peças de baixa qualidade que acabam em lixões, como o montante de roupas ao ar livre no Atacama¹.
Por outro lado, surgiram movimentos que buscam a produção sustentável de tipos de peças atemporais, essas roupas respeitam o processo de fabricação para elaborar vestimentas duráveis. Curtiu essa ideia? Pois saiba que existe um termo para definir essa prática, estamos falando do slow fashion.
No post de hoje, selecionamos todas as informações mais relevantes para conhecer o movimento da moda lenta. Por aqui, você entenderá o que é, quais são as características e como aderir ao slow fashion. Let’s go then!
O que é o movimento slow fashion?
Era uma vez, em 2004, uma escritora chamada Angela Murrills que estava escrevendo notícias e análises sobre o universo da moda e usou o termo slow fashion para se referir à produção que prioriza a qualidade ao invés da quantidade, além de respeitar o meio ambiente nesse processo. A partir disso, o conceito se popularizou pelo mundo todo, gerando um movimento em alternativa à moda rápida.
Assim nasceu o slow fashion, uma tendência sustentável que rompeu os padrões de fabricação e alterou, até mesmo, a forma de consumo de peças da época. Essa abordagem favorece roupas duráveis, estilosas, atemporais que respeitam a criatividade e a individualidade das pessoas.
Quais as diferenças do fast fashion e do slow fashion?
O fast fashion e o slow fashion são movimentos totalmente opostos. A moda rápida é comumente associada à moda descartável, essa abordagem prioriza a quantidade ao invés da qualidade, o resultado são inúmeras peças iguais sendo reproduzidas. Essas vestimentas exploram qualquer hype para vender mais, buscando apenas o retorno financeiro sem se preocupar com a satisfação dos compradores ou com o futuro do planeta.
Já a moda lenta favorece a atemporalidade com fabricação de roupas estilosas de alta qualidade que, por consequência, duram muito mais. Vamos a um exemplo prático: sabe aquela peça que pagou mais caro, só que já está há anos no seu guarda-roupa e sempre cai bem em qualquer outfit, como as camisetas da Baw®️, sabe? Pois é, você acabou de encontrar o slow fashion no seu armário.
Quais são as principais características da moda lenta?
Versatilidade, qualidade e compromisso com o meio ambiente e com a satisfação dos consumidores, esses são os principais atributos do movimento da moda consciente. Selecionamos as principais características e detalharemos cada uma para você, se liga!
Produção sustentável
Vamos fazer um comparativo para facilitar a explicação,na moda rápida, a prioridade é fazer mais e mais peças sem se importar com o gasto de recursos naturais. Estima-se que calças jeans usam cerca de 5,2 mil litros para a produção de uma única modelagem. No cenário geral, dados demonstram que a indústria têxtil foi responsável pelo consumo de 4% da captação de água potável do mundo em 2019 — é muita coisa, em.
Esse impacto é sentido pelo planeta, por isso, é tão importante iniciativas como a moda lenta para a sobrevivência do meio ambiente para as futuras gerações. O slow fashion respeita o tempo do processo de produção, fazendo com que cada roupa seja única.
Além disso, as empresas prezam por processos sustentáveis de fabricação, por exemplo, usando tecnologias limpas e poupando recursos naturais durante a elaboração das vestimentas.
Durabilidade das peças
As marcas de slow fashion utilizam matérias-primas de alta qualidade, por exemplo, algodão, linho, lã, veludo e seda, tecidos macios que são resistentes a desgastes. Isso faz com que as peças pareçam novas mesmo após anos de uso e várias lavagens. Além disso, o acabamento é impecável, trazendo costuras reforçadas, botões bem fixados, recortes precisos e detalhes bem construídos.
Roupas que valorizam a individualidade
Seja quem você quiser, porque o slow fashion não te limita! A moda lenta traz designs atemporais pensados para valorizar a individualidade e, o melhor, abrem espaço para explorar a sua criatividade. Dessa forma, é possível transitar por diferentes estilos, como os populares y2k, oversized, comfy e skatewear.
Consumo consciente
A abordagem consciente está muito associada às boas práticas de produção, entretanto, podemos estender a ideia para os hábitos de consumo, afinal, uma ação coexiste com a outra, não acha? O principal passo para isso é investir em marcas e em peças que tenham compromisso com o meio ambiente e com a elaboração de vestimentas refinadas — prefira sempre qualidade à quantidade.
Uma dica extra é seguir a moda atemporal, que apresenta um estilo constante com peças que transcendem o tempo, sendo sempre relevantes. As camisas básicas e as camisetas estampadas são ótimos exemplos disso. Você pode mesclar essa abordagem com roupas em design moderno para incluir um stylish a mais.
3 formas de praticar o consumo consciente no slow fashion
Sim, você terá que adaptar alguns hábitos de consumo para aderir ao slow fashion, mas isso só traz vantagens, principalmente a longo prazo. Afinal, suas roupas duraram muito, dispensando a necessidade de investir mais grana para comprar peças que estragaram com pouco tempo de uso.
Se está disposto a mudar as suas práticas de consumo, nós podemos te ajudar. Selecionamos três passos para aderir à moda lenta, mas vamos fazer um combinado: leia essas dicas com a mente aberta a novas possibilidades, fechou?
1. Adquira roupas de alta qualidade
Sabemos que é grande a tentação de gastar vintão para comprar um look naqueles aplicativos populares, só que pense em todas as roupas que comprou, elas valerão mesmo a pena? Geralmente, os tecidos delas são de baixa qualidade, sem respirabilidade e o acabamento deixa muito a desejar. Sem contarmos as inúmeras denúncias de trabalho análogo a escravidão².
Quando você compra desses sites, você ajuda a movimentar o mercado que causa danos ao meio ambiente enquanto inflige à dignidade humana ao pagar salários baixos e fornecer condições precárias para a mão-de-obra. Portanto, pesquise sobre a marca que deseja comprar, e ainda verifique o processo de fabricação.
2. Compre peças atemporais
As roupas atemporais trazem designs simples que facilitam a combinação com outras peças e acessórios. É possível reconhecer essas vestimentas de longe, porque trazem valor aquisitivo maior, cores neutras, recortes clássicos, acabamento impecável e detalhes minimalistas que dão um toque especial.
Jaquetas, camisas, blusas, camisetas, shorts, regatas, calças, bermudas e saias são peças indispensáveis para qualquer guarda-roupa funcional, afinal, se encaixam em outfits de diferentes estilos — indo do retrô ao moderno.
3. Tenha um guarda-roupa inteligente
Um guarda-roupa inteligente é aquele com vestimentas estratégicas que caem bem em qualquer outfit, além de serem versáteis para usar em diferentes ocasiões. Montar um armário desses consiste em realizar escolhas conscientes e estratégicas para simplificar a sua escolha na hora de elaborar o look.
Opte por investir em peças de alta qualidade na hora de comprar os itens que vão compor o guarda-roupa minimalista. Essas modelagens básicas e atemporais são essenciais para agregar versatilidade às combinações rotineiras. Não deixe os acessórios de lado, por isso, conte com bags, pochetes, gorros e bonés.
Chegamos ao fim deste conteúdo completo sobre a moda lenta, por aqui, você descobriu o que é slow fashion, as características e como aderir ao movimento. Aproveite para desbravar o graphic tees, a arte de vestir rebeldia e questionamento. Até esse próximo post!
Referências
¹ Deserto de roupas do Atacama é consequência direta do mercado de “fast fashion”. Disponível em: <https://jornal.usp.br/radio-usp/deserto-de-roupas-do-atacama-e-consequencia-direta-do-mercado-de-fast-fashion/>. Acesso em 16 abr. 2024.
² ZANFER, G. O modelo Fast Fashion de produção de vestuário causa danos ambientais e trabalho escravo. Disponível em: <https://jornal.usp.br/atualidades/o-modelo-fast-fashion-de-producao-de-vestuario-causa-danos-ambientais-e-trabalho-escravo/>. Acesso em 16 abr. 2024.
